comendo um pouco de tudo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Macaco de fogo – a curiosidade matou o gato



Meu nome é David Duovni e tenho 34 anos .Há muito tempo eu trabalho no FBI resolvendo pequenos casos ,sempre esperando ser promovido para alguma seção onde eu pudesse resolver casos mais escabrosos. Esse dia, enfim, chegou.
De início me disseram que eu seria enviado para a seção que cuida dos arquivos x, mas mudaram de idéia, pois já havia alguém lá com um nome parecido com o meu e isso acabaria gerando confusão. Decidiram então me mandar para os arquivos Curupira, para investigar os casos mais absurdos que os dos arquivos x.Enquanto eu seguia para o meu novo escritório, meu chefe me dizia que em breve eu seria apresentado ao meu novo parceiro.
Aquele corredor cheio de portas, de onde se ouviam várias vozes discutindo sobre crimes diversos me deixavam cada vez mais apreensivo: "com quem eu iria trabalhar dessa vez?"Ao chegar ao meu novo escritório, vejo um chimpanzé de terno, dormindo na poltrona ao lado da minha nova mesa, segurando uma garrafa da mais pura aguardente de cana.- Esse é o seu novo parceiro! – Disse o meu chefe, que é tão imponente que nem me atrevo a olhar pra ele, por isso não posso descrevê-lo – O nome dele é Macaco de Fogo, o melhor agente do FBI!Logo em seguida, o tal primata acorda, sorri para mim e, ao tentar se levantar, cai de cara no chão e eu, pasmo, permaneci calado.
Súbito, o celular do chefe toca e, após uma breve conversa ele me conta que acabara de surgir o meu primeiro caso e, pede que após acordar o Macaco, vá até a sua sala para receber os detalhes da missão.
Acordar aquele macaco dorminhoco não foi fácil, mas eu consegui e, após pegarmos as informações sobre o caso, descobri que se tratava de um assassinato em um bairro chique da cidade.
Eu e Macaco fomos até o local do crime e encontramos uma grande caixa de presente vazia com um bilhete grudado do lado de fora com o aviso de "não abra" e um gato angorá morto perto dela. Não haviam sinais de violência no felino, ele estava apenas estirado no chão, de barriga pra cima e os olhos arregalados.
Fomos perguntar aos vizinhos sobre o gato e nos disseram que ele se chamava Rubens, e que era casado com Marluce Marlu, uma ex-atriz que foi muito famosa no passado por seus papéis humorísticos
No início achei incomum o fato de um gato estar casado com uma humana, mas logo me lembrei que trabalho com um chimpanzé-pinguço-agente-do-FBI e já comecei a achar isso normal. Perguntei como era o relacionamento deles aos vizinhos, que pareciam bem fofoqueiros e me disseram que de uns tempos pra cá, eles viviam discutindo, porque o gato era muito ciumento e não deixava ela sair com as amigas.
Curioso, eu questionei sobre como era o Rubens: Se era um gato falante, como nos desenhos animados ou um gato comum e me disseram que ele era como todos os outros gatos, que apenas miava.Indaguei onde poderia estar Marluce e me responderam que duas noites atrás eles haviam discutido e ela havia saído e não tinha mais voltado.
Olhei para o meu parceiro e ele estava analisando a entrada da casa onde havia ocorrido o crime.- Quem mais teria acesso àquela casa? – Perguntei a uma das vizinhas, chamada Juelânia, que respondeu que qualquer um pode entrar em qualquer casa, pois como é um bairro tranqüilo, ninguém tranca as portas das casas.- Tá certo que às vezes somem algumas coisas, mas somos ricos mesmo...- ela disse.
A única certeza que eu tinha no momento era que aquele era um bairro de pessoas com dinheiro infinito e completamente despreocupadas com o mundo, e isso tornava a solução do caso ainda mais difícil.
Formulei uma frase interrogativa à dona Juelânia sobre a existência de outros gatos na vizinhança e ela me disse que aquele bairro tinha muitos gatos e que algumas gatas ficavam paquerando Rubens e Marluce não gostava disso, principalmente de Miaua, uma amiga de infância e ex-namorada da vitima, que nunca se conformou com o fim do namoro, dizendo que se ele não fosse dela não seria de mais ninguém. E antes que perguntasse, a dona Juelânia garantiu que Miaua era uma gata mesmo , do tipo felino e logo depois me disse onde ela morava.Chegando lá, notei que era uma casinha simples, pra não dizer miserável, com um sofá velho, uma caixa de papelão com uma lata de sardinha aberta e um pires branco com um leite semi-bebido em cima e um rato em conserva ao lado. Miaua, uma gata vira-lata – eu acho, pois não entendo muito de gatos – branca, estava encostada na parede inconsolável, chorando.
Um amigo humano dela, que dizia se chamar Lupan, veio falar com a gente. Furioso, ele gritava para mim e Macaco:-Querem saber? Eu odiava o Rubens! É muito bom que tenha morrido, pois ele só fazia a Miaua sofrer! Desde o dia em que ele deixou a pobre Miaua para se casar com uma humana eu venho desejando a sua morte!-A minha?! – Perguntei assustado-Não, palhaço! A do Rubens!Isso me deixou um pouco mais aliviado. Logo depois, Lupan nos empurrou pra fora da casa e fechou a porta.
Decidimos, então, voltar à cena do crime.Ao analisarmos novamente a cena do crime, após todas as informações que adquirimos, constatamos que a participação de Miaua no assassinato tornava-se descartada, pois ela não teria força suficiente para mover a caixa e colocá-la na casa de Rubens, além o mais,quando ela estivesse dentro da caixa não conseguiria sair depois, porque, além da caixa ser muito grande, a tampa seria muito pesada para ela.
As suspeita recaem somente sobre Marluce e Lupan.Decidimos ir até a loja que vendia aquele tipo de caixa e o vendedor, após ver uma foto da Marluce, disse se lembrar de tê-la visto comprar uma grande caixa de presente há alguns dias atrás.Era quase certa a culpa de Marluce, mas será que ela era capaz de caber naquela caixa? A resposta Macaco havia encontrado no quarto dela: Várias fotos de quando ela fazia parte do circo e se entortava toda.
Nesse momento , Marluce chega e se entrega, dizendo ter feito isso porque não agüentava mais os ciúmes dele. Ela contou que ele tinha problemas cardíacos e que era muito curioso e se aproveitou disso: comprou uma caixa grande de presente, escreveu um bilhete escrito "não mexa" e se escondeu dentro usando uma máscara de monstro. Quando o gato foi mexer na caixa, ela pulou gritando e o gato morreu de susto.
Foi nesse momento que eu lembrei no passado, Marluce havia ficado muito famosa por causa de uma personagem que interpretava chamada Curiosidade, o que na época acabou virando o apelido da própria Marluce, ou seja, a Curiosidade realmente havia matado o gato.

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